
De acordo com PASCHOAL, 1990 e FERNADES, 1996 os objetivos primordiais da reabilitação no paciente fraturado devem visar principalmente o alívio da dor, redução de edema, manter ou restaurar a amplitude de movimento das articulações, preservar a velocidade de consolidação da fratura pela atividade e retornar o paciente à função o mais precocemente possível, é de fundamental importância que este tratamento se dê o mais rápido possível após o ato cirúrgico, para que os resultados sejam mais significativos e mais rápidos.
TIPOS DE COMPLICAÇÕES
a) Imediatas: Choque,Lesões arteriais, Lesões neurovasculares, Gangrena e Contratura de Volkmann.
b) Tardias: Retardo de Consolidação, Rigidez articular, Consolidação viciosa, Osteomielite,Artrite Séptica.
O processo de consolidação óssea se inicia no momento da fratura, porém em sua evolução existe uma característica, o tecido reparado é idêntico ao padrão histológico ao que existia antes da fratura, para melhor entendimento do processo de consolidação óssea podemos dividi-lo em fases sendo, formação de hematoma, proliferação celular, formação do calo ósseo, consolidação e remodelação, sendo este o processo final de reparação da fratura.
Em alguns casos de fratura, onde acontece uma grande destruição do tecido ósseo, como na fratura cominutiva, apenas a redução e o repouso não são suficientes para uma plena consolidação óssea, sendo necessária à intervenção cirúrgica, neste trabalho abordaremos o "interlocking Intramedullary nail", haste intramedular bloqueada, como tratamento cirúrgico para ossos longos, as indicações para este método de tratamento não são tão amplas, sendo que as lesões cominutivas de diáfise femoral são muito comuns na clínica ortopédica e muito indicadas para este tratamento. Além de aplicada as fraturas de diáfise femoral, se observada a indicação correta e se realizada com a técnica apropriada, a haste intramedular pode ser aplicada em outras fraturas, cujo tipo e localização não permitem a execução de haste convencional, é importante ressaltar ainda que fraturas do terço médio diafisário femoral com fraturas de patela no mesmo membro também são muito indicadas para tratamento com esta técnica e as fraturas de terço distal de fêmur as que menos se adaptam a esta técnica (FERNANDES, 1996).
Muitos músculos atuam no fêmur como: glúteos (máximo, médio e mínimo), adutores (magno, curto e longo), vastos (intermédio, lateral e medial), iliopsoas, cabeça curta do bíceps e as cabeças mediais e laterais do gastrocnêmio. Estes músculos tendem a causar deformidades em caso de fraturas.
Tratamento Pré-cinético:
- Para Fraturas do Colo e Cabeça do fêmur: O uso de uma modalidade de calor na
região é interessante no fase cr
crõnica da lesão, porque com a imobilização do fêmur ocorre uma diminuição da mobilidade devido a perda de espaço intra-articular e a falta de líquido sinovial. O calor altera as propriedades viscoelásticas da articulação, tornando a cápsula articular mais extensível, e diminuindo a viscosidade do líquido sinovial. Mas é conta indicado em casos de redução cruenta, pois os parafusos e pinos iriam aquecer mais rapidamente podendo provocar queimaduras internas no paciente.
- Para Fraturas Intertrocantéricas, Subtrocantéricas e da Diáfise do fêmur: Em pacientes jovens cuja redução da fratura não tenha sido feita com pinos ou placas pode se usar o calor profundo para relaxar a musculatura, diminuindo a dor, além de aumentar o fluxo sangüíneo e o metabolismo da células da região, acelerando a cicatrização interna e absorção de cálcio.
Caso o paciente tenha pinos ou placas não deve usar calor profundo, pois causa queimaduras internas devido ao aquecimento do metal.
Em idosos, o calor profundo deve ser utilizado com cuidado pelas alterações de sensibilidade.
Nos casos de cirurgias é aconselhável crioterapia para a absorção do hematoma, que costuma aparecer no pós-cirúrgico.
Tratamento cinético:
Durante tratamento de pacientes com gesso e acamado trabalhar exercícios respiratórios, pedir ao paciente que mude de posição na cama para evitar escaras, exercícios de fortalecimento dos membros superiores como preparo para o uso de muletas, e do membro não afetado para suportar a carga, pois o membro lesado não poderá receber carga até a consolidação da fratura.
Serão realizados exercícios isométricos abdominais e paravertebrais para a manutenção da estática do tronco, pois estes são os primeiros a hipotrofia em repouso. Os exercícios isométricos para o quadríceps, evitando também hipotrofia muscular.
No membro afetado, os exercícios isométricos diminuíram o perigo de rigidez do joelho, devido ao aumento de irrigação na área, auxiliando a formação do calo ósseo.
É importante o exercício ativo no pé da extremidade afetada, com dorsoflexão com ou sem resistência, para manutenção da tônus muscular.
Os músculos isquiostibiais e os glúteos são trabalhados com exercícios isotônicos com flexão e extensão do quadril e joelho para fortalece-los, permitindo a deambulação. O quadríceps também será fortalecidos com esses exercícios. Os movimentos de rotação deveram ser evitados se a fratura não estiver consolidada.
Após a imobilização, será necessário massagem para diminuição de edema pós-imobilização e mobilização manual passiva analítica específica para aumentar o arco de movimento. Será necessário massagem tipo amassamento para aumentar a irrigação muscular auxiliando nos trabalhos de fortalecimento.
Serão fortalecidos principalmente os glúteos, quadríceps, os isquiostibiais, tríceps e vasto que são importantes para a marcha. O fortalecimento global de toda extremidade, utilizando a técnica de Kabat, só será realizada após consolidação da fratura, pois realiza rotações que no caso de uma fratura não consolidada pode levar a uma nova fratura no local.
Em caso de paciente com tração suspensa, faz-se os procedimentos anteriores, acrescentando massagem circulatória ampla no membro afetado sem no entanto se aproximar da fratura, mobilizações ativas com amplitudes escassas em flexão e extensão do quadril e joelho, não movimentando o local da fratura, além de resistência leve.
Após a mobilização, reeducação do quadril e do joelho, verticalização progressiva e marchar sem apoio. Depois da consolidação, reinciação de carga progressiva e reeducação do membro inferior.
No caso, de cirurgia será necessário diminuição do edema pós-traumático e pós-cirúrgico, exercícios ativos para a extremidade sã, além de exercícios isométricos do quadríceps de ambas as extremidades, para ganhar força muscular.
Para facilitar o inicio do trabalho muscular, serão feitos exercício na extremidade sã provocando atividade reflexa da extremidade afetada.
O inicio da deambulação dependerá da potência do quadríceps, e com o peso total, só depois da consolidação óssea.
Referencias_
LIANZA, S. Medicina de Reabilitação. São Paulo: Guanabara Koogan, 2000.
KISNER, C.; COLBY, A. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. São Paulo: Manole, 2004.
Apley, A. Graham, Solomon, Louis. Ortopedia e Fraturas em Medicina e Reabilitação. Rio de Janeiro: Atheneu,1996.
Yves, Xardez. Manual de Cinesioterapia-Técnicas, Indicações, Patologia, Tratamento. Rio de Janeiro: Atheneu, 1991.